Educação em ciências, esfera pública e fake news: o papel dos “influenciadores” digitais

Abstract

This work is directed to Information and Communication Technology in Education. Virtual environments are used as spaces of speech in a social, political and economic context. The potential of these environments is undeniable, and they have become a wide-ranging place for research and interaction. This research, which is qualitative in nature and has an analytical-descriptive format, aims to explore ethnographic spaces online, through digital social networks, discussing, according to Habermasian assumptions of the public sphere, the potential of so-called "digital influencers" to contribute to science education and the dissemination of fake news on scientific topics. In methodological terms, the study is characterized as ethnography, more specifically a netnography on social networks, preceded by a survey, via questionnaires and interviews, with primary and secondary school students of the most accessed digital social networks and most "followed" influencers, and preceded by an interview with science and biology teachers, of the semi-structured interview type. Netnography will be used to analyze videos, comments and the flow of collective interactions in forums, with a focus on the online communities involved. The analytical movement will include the construction of a critique of the role of "influencers", the reconfiguration of today's public sphere caused by them and the resulting new curricular demands on science education in this scenario.Este trabalho está direcionado para Tecnologias de Informação e Comunicação em Educação.Os ambientes virtuais são usados como espaços de fala, em um contexto social, político e econômico. É inegável o potencial que estes ambientes têm e se tornam um local amplo de pesquisa e interações. Esta investigação, de caráter qualitativa e formato analítico- descritivo, tem por objetivo geral explorar espaços etnográficos onlines, por meio de redes sociais digitais, discutindo, de acordo com pressupostos habermasiano de esfera pública, as potencialidades dos chamados “influenciadores digitais” em contribuir para uma educação em ciências e na disseminação de fake News sobre temas científicos. Em termos metodológicos, o estudo se caracteriza como etnografia, mais especificamente uma netnografia em redes sociais, antecedida por levantamento, via questionários e entrevistas, junto a estudantes do ensino fundamental e médio das redes sociais digitais mais acessadas e influenciadores mais “seguidos”, e precedida por entrevista a docentes da área de ciências e biologia, do tipo entrevista semiestruturada. A constituição da Netnografia se dará pela análise de vídeos, de comentários e fluxo de interações coletivas em fóruns, com o foco nas comunidades online envolvidas. O movimento analítico compreenderá a construção de crítica ao papel dos “ influenciadores” , a reconfiguração da esfera pública hodierna provocada por eles e decorrentes novas demandas curriculares à educação em ciências nesse cenário.